Empresas moçambicanas preocupadas com documentos falsos após saques

  • 10/01/2025

Estas empresas têm vindo a publicar avisos a solicitar aos clientes e outros a confirmação dos documentos que possam circular nos próximos dias, relatando que nos saques e vandalismo que se seguiram à proclamação dos resultados das eleições gerais de 09 de outubro foram levados "documentos confidenciais", contactos, papel timbrado e carimbos.

 

"Alertamos que, nos próximos dias, documentos falsificados poderão circular em nosso nome", lê-se num desses avisos, publicado hoje pela empresa Maputo Grain Terminal, vandalizada em 25 de dezembro, semelhante ao da MEREC Industries, também desta sexta-feira, saqueada nas unidades MEREC Machava e MEREC Socimol.

"Para garantir a autenticidade dos mesmos, pedimos que todos os documentos que forem recebidos sejam validados previamente", refere um outro aviso, publicado hoje pela empresa Espiga D'Ouro.

A Confederação das Associações Económicas - CTA estimou em 30 de dezembro à Lusa que mais de 500 empresas foram vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais em Moçambique e pelo menos 12 mil pessoas estão agora sem emprego.

"Estas são empresas que foram vandalizadas e estão localizadas, sobretudo, na província de Maputo, onde está a maior parte do tecido industrial do país", disse hoje à Lusa Onório Manuel, vice-presidente do pelouro da indústria do da Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique.

Segundo o representante, atualmente mais de 12.000 moçambicanos estão sem trabalho por conta do encerramento destas empresas e, caso a situação prevaleça, mais pessoas podem perder os seus empregos.

 "Estamos a falar das maiores indústrias alimentares do país (...) que já estão com equipamentos danificados e estão com as suas infraestruturas totalmente destruídas (...) Vamos ter escassez de produtos e, provavelmente, registar uma subida galopante de preços", explicou Onório Manuel, avançando ainda que o número de empresários que pondera encerrar as suas portas devido à insegurança está a subir.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou em 23 de dezembro Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Este anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane - que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos - nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.

Desde 21 de outubro, quando começou a contestação ao processo em torno das eleições gerais de 09 de outubro, o registo da plataforma eleitoral Decide, uma organização não-governamental que acompanha o processo, contabiliza quase 300 mortos e mais de 600 pessoas baleadas.

Leia Também: Ciclone Chido destruiu mais de 330 escolas no norte de Moçambique

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2704694/empresas-mocambicanas-preocupadas-com-documentos-falsos-apos-saques?utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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