Argélia recusa lista de 60 pessoas que França quer expulsar
- 18/03/2025
"As autoridades argelinas decidiram não dar seguimento à lista submetida pelas autoridades francesas", a quem "convidaram a seguir o canal adequado, no caso o estabelecido entre as prefeituras e os consulados", segundo o texto.
O secretário-geral do Ministério, Lounes Magramane, recebeu na segunda-feira o encarregado de negócios da embaixada francesa na capital argelina, a propósito de uma lista recebida em 14 de março de nacionais argelinos "objeto de decisões de afastamento do território francês", segundo o Ministério.
Magramane entregou ao seu interlocutor uma nota, com a resposta das autoridades argelinas onde estas "reafirmam a sua rejeição categórica das ameaças e veleidades de intimidação, bem como as injunções, os ultimatos e toda a linguagem ameaçadora", segundo o comunicado.
Sobre a rejeição da lista estabelecida por Paris, a Argélia garante que apenas está "animada pelo desejo de cumprir o seu dever de proteção consular aos seus cidadãos".
"Sobre a forma", Argel considerou que Paris "não podia, unilateralmente e de forma discricionária, colocar em causa o canal tradicional de tratamento dos dossiers de expulsão", que é o que liga cada prefeitura francesa ao consulado argelino da sua zona.
"Sobre o fundo", a Argélia lembrou a existência de um protocolo, de 1994, associado a uma convenção bilateral, assinada em 1974, "que permanece o quadro de referência principal em matéria consular entre os dois Estados".
Ao anunciar, na sexta-feira, a entrega de uma lista de argelinos a expulsar, o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, evocou "perfis do tipo 'perturbação da ordem pública', libertados das prisões ou com perfis perigosos".
As relações entre a França e a Argélia estão em degradação permanente desde que em julho o presidente francês, Emmanuel Mácron, reconheceu o plano de autonomia marroquino para o Sara Ocidental, território com estatuto não definido pela Organização das Nações Unidas.
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